Saúde e nutrição no uso dos adoçantes
A mídia passa a imagem sugestiva de que algumas mulheres possuem corpos perfeitos porque utilizam em sua alimentação adoçantes, em decorrência disso cada vez mais alimentos são tidos como mais saudáveis por não conterem açúcar, como balas, doces, chicletes, refrigerantes, sucos e outros produtos dietéticos.
Por estes e outros motivos a população brasileira passa a utilizar grande quantidade de adoçante sem pensar na possibilidade da ocorrência de efeitos colaterais, desta forma a indústria alimentícia dispõem de inúmeros tipos de adoçantes para o consumo.Os adoçantes podem ser classificados em:
Sintéticos e não-nutritivos: sacarina, ciclamato, aspartame, acessulfamo K, esteviosídeos, sucralose, alitame e fruto-oligossacarídeo.
Os adoçantes sintéticos ou industrializados foram elaborados para auxiliar pessoas diabéticas a controlar o nível de açúcar no sangue, não para serem usados na forma excessiva por todas as pessoas. O consumo dos adoçantes artificiais cresceu muito na década de 1960, sem que fossem realizadas pesquisas necessárias para sua segurança em relação à toxicidade.
As embalagens dos adoçantes mais consumidos pela população como “zero cal”, “adocyl”, trazem em sua composição nutricional: aspartame, ciclamato, sacarina, esta composição determina os adoçantes sintéticos. A sacarina possui a capacidade adoçante de 300 a 500 vezes maior que a sacarose (conhecido como açúcar de mesa), as vantagens de utilização de sacarina como adoçante é por não ser calórico e ser de baixo custo, porém além das vantagens, muitas pesquisas foram realizadas porque a sacarina poderia causar câncer, seu efeito carcinogênico deixou os pesquisadores em alerta, milhares de trabalhos científicos foram realizados pelo National Academy of Sciences dos Estados Unidos, admitindo o aparecimento de tumores em algumas regiões estudas em ratos, entretanto admite-se o uso de adoçantes contendo sacarina em ingestões recomendadas pela (DRI), não sendo necessário restringir o uso generalizado.
O ciclamato é bem aceito como adoçante por não apresentar sabor residual, cerca de 30 vezes mais doce que a sacarose (açúcar de mesa) a recomendação brasileira é determinada por 4mg/kg/dia, não devendo exceder essa quantidade para evitar efeitos tóxicos. No Brasil o ciclamato esta associado à sacarina ou mesmo ao aspartame e ao acessulfamo K em alguns tipos de refrigerantes e adoçantes.
O aspartame pode ocasionar efeitos colaterais apresentando sintomas gastrintestinais e de hipersensibilidade imunológica, o aspartame produz perda da fenilalanina, fenômeno chamado de fenilcetonuria, o uso do mesmo deve ser moderado nas doses recomendadas pela DRI.
Quando ingeridos, os adoçantes não indicam aos neurorreceptores cerebrais que foi consumido açúcar “real” e não satisfazem a saciedade. Por este motivo é muito comum que quem utiliza muito adoçante, tenha em algum momento do dia, verdadeira compulsão por doces. Os adoçantes devem ser utilizados por pacientes diabéticos e pacientes com necessidade séria de perder peso e NÃO deve ser utilizado de forma generalizada por toda a população. Também podemos classificar os adoçantes como:
Naturais e nutritivos: sacarose, frutose, maltodextrina, glicose, lactose e pólios (sorbitol, manitol, xilitol);
A sacarose é obtida da cana de açúcar ou da beterraba. Sofre fermentação na cavidade oral pela flora bacteriana e é cariogênica.
A frutose: é encontrada nas frutas e no mel. Pode ser consumida pelos diabéticos e ser utilizada no preparo de receitas que vão ao forno. Além de prevenir a hipoglicemia (queda do açúcar no sangue) durante a atividade física. Porém é cariogênica e, quando usada em altas doses altera o metabolismo lipídico levando o aumento do LDL- colesterol (famoso “colesterol ruim”); portanto os portadores de dislipidemias não devem usá-la, exceto quando for consumida por meio de frutas.
A maltodextrina é um produto natural extraído do milho. Não adoça quando vai ao fogo, tem sabor parecido com o do açúcar e poder adoçante 1,5 vezes maior que o açúcar de mesa.
A glicose encontrada nas frutas e no mel, que pode ser obtida pela hidrólise (quebra) do amido de milho. Não promove fermentação intestinal, mas é cariogênica.
Lactose: é o açúcar predominante do leite. Nos indivíduos incapazes de digeri-lo, causa flatulência, distensão abdominal, cólicas e diarréia.
Sorbitol: encontrado em frutas como ameixa, maçã, pêra. O manitol é encontrado em alguns vegetais, como aipo, cebola, beterraba, azeitona. Xilitol é encontrado nas frutas e verduras tendo efeito laxativo.
Enfatiza a nutricionista Franciele Ballestreri “Se o açúcar for utilizado de forma correta, leva a uma série de vantagens ao paciente, inclusive saciando a compulsão por doces. Portanto, é melhor administrar a ingestão do açúcar natural que se intoxicar e causar danos à saúde com o uso abusivo de adoçantes”. Algumas dicas para quem necessita utilizar os adoçantes, deve ficar atento às seguintes observações:
· È importante alternar sempre o adoçante utilizado para não ter o fenômeno de intoxicação ou acumulação;
· Deve-se consumir adoçantes com cuidado pois possui calorias;
· Pacientes com hipertensão arterial e insuficiência renal devem se ater à quantidade de sódio de cada adoçante;
· Crianças, exceto as diabéticas, não devem utilizar adoçantes;